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02/05/2015

Indústria 4.0: empresas investem em fábricas inteligentes

Indústria 4.0: empresas investem em fábricas inteligentes

Sem barulho e nem faíscas, braços mecânicos levantam peças de forma sincronizada e encaixam cada uma no seu exato lugar. Boa parte dos funcionários acompanha tudo à distância, por telas de computadores. A harmoniosa interação dos seres humanos com robôs, a chamada indústria 4.0, começa a dar forma a uma nova era no mundo.

Na cidade alemã de Wolfsburg (a 180 quilômetros a oeste de Berlim), que abriga a maior fábrica de automóveis da Europa, é possível constatar como será o futuro das linhas de produção inteligentes. A sede mundial da Volkswagen tem mais de 50 mil funcionários em um complexo gigantesco, onde são produzidos dois carros por minuto.

Poucos humanos são vistos nas linhas de montagem, a maioria supervisiona o trabalho das máquinas de longe, por meio de softwares. São quase 6 mil robôs trabalhando 24 horas por dia para fabricar quatro modelos. Em vez de trabalhar isolados, com a premissa de perigo, as máquinas interagem com os funcionários, como se fossem colegas.

Com robôs se comunicando entre si, trocando informações, status e problemas, as fábricas inteligentes não dependem apenas de pessoas para a tomada de decisões. Conectadas em rede, em um ambiente em que todos os equipamentos estão interligados, as máquinas podem determinar o que as outras devem fazer.

A nova fase industrial, também batizada de internet das coisas, tem como característica ainda a quantidade de informações digitais, de estoques de materiais a organização da linha de produção, além do gerenciamento de energia da empresa.

Não por acaso, a indústria alemã investiu mais de R$ 131,2 bilhões nas fábricas inteligentes nos últimos quatro anos.

Realidade brasileira

– Entramos na era da indústria integrada, onde a tecnologia da informação pensará todo o processo de produção – explica Ronald Josef Zvonimir Dangel, diretor do Instituto Senai de Inovação e Soluções Integradas em Metalmecânica.

Dangel explica que um dos recursos usados pelas fábricas do futuro é o comissionamento virtual, que possibilita a programação das máquinas por meio de softwares. Enquanto a nova fase industrial é realidade em modernos complexos da Europa e dos Estados Unidos, no Brasil a mudança ainda é um conceito, pouco conhecido.

– Temos algumas experiências isoladas no Brasil em direção a esse futuro, bem distante da realidade da Alemanha – explica o diretor do Senai.

SC tem espaço para nova fase

O diretor regional do Senai Jeferson de Oliveira Gomes, que trabalhou na instalação de institutos de inovação em Santa Catarina, afirma que o Estado possui diversas oportunidades para implementação dos processos da indústria 4.0, ou manufatura avançada, como prefere chamar. Vê, como exemplo, a indústria de carne no Oeste catarinense, que tem hoje a necessidade de modernização na logística. Outra aplicação seria na agroindústria:

– Em grandes plantações, instalar sistemas autônomos de comunicação via satélite. Por exemplo, uso de enxame de drones para a verificação da existência de pragas. Este tipo de atividade geraria grandes oportunidades para empresas nacionais – diz.

Para o diretor, o Estado já investiu, em termos financeiros, o suficiente em inovação nos últimos 10 anos, com a construção de parques tecnológicos e instalação de fábricas com uso de alta tecnologia. O que resta fazer seria uma integração entre as estruturas e os processos existentes.

– Nós não temos integração para tudo isso. A ideia agora é criar processos produtivos mais inteligentes com as tecnologias existentes.

Exemplo no segmento

A empresa catarinense Welle Laser, que produz máquinas de marcação, corte e solda a laser, é uma referência de inovação. O presidente Rafael Bottós diz que a indústria tem passado da era da produção em massa para a customização em massa. O desafio, segundo ele, é aumentar a flexibilidade da produção, para atender demandas mais específicas, sem acréscimo de custo.

A Welle atende segmentos de metalmecânica, automobilística, de linha branca, naval.

– As máquinas a laser estão conectadas à internet e recebem comando pela rede. Hoje elas realizam até mesmo um monitoramento preventivo. Mandam mensagem pelo celular, avisando a existência de um problema. Ele não vai te avisar quando quebrar, mas antes disso acontecer – diz o empresário, citando uma das possibilidades da indústria.

Fonte: Joana Colussi e Luis Antonio Hangai, Diário Catarinense

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