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23/10/2015

Gestão de Valor: gêmeos empreendedores querem se tornar referências mundiais na inovação industrial

Gestão de Valor: gêmeos empreendedores querem se tornar referências mundiais na inovação industrial

A Welle Laser, empresa fundada por Rafael e Gabriel Bottós cresceu 1.800% nos últimos três anos e querem continuar crescendo a um ritmo ainda maior.

Com crescimento de 1.800% nos últimos três anos, o espaço na incubadora ParqTec Alfa, em Florianópolis, ficou pequeno para a Welle Laser. Fundada em 2008, a empresa se mudou para Palhoça, onde fabrica máquinas de alta tecnologia, que têm o laser como principal ferramenta. Apesar de jovens, os gêmeos Rafael Bottós, presidente, e Gabriel Bottós, vice-presidente e diretor industrial, surpreendem pelos resultados e pela maturidade empresarial.

Diário Catarinense – A Welle Laser teve um crescimento acelerado desde a fundação, em 2008. Qual foi o percentual desse avanço no período?

Rafael Bottós – A empresa conseguiu solucionar uma demanda da indústria com um formato que já existia no exterior, mas no Brasil ainda era insipiente. Isso nos permitiu uma taxa de crescimento muito grande. Nos últimos três anos, a gente cresceu 1.800%. É um avanço bem relevante, mas a gente espera, com a entrada no mercado de corte a laser, que tem um ticket médio 10 vezes maior, crescer de forma muito mais acelerada nos próximos cinco anos.
Gabriel Bottós – A gente até ganhou um prêmio de empresa que mais cresce no Brasil (em 2014). Como uma empresa de máquinas e bens de capital, isso é realmente um paradigma no Brasil.

DC – E como deve ficar o desempenho em 2015?

Rafael – Este ano devemos crescer uns 30% mais ou menos. É o impacto de um ano mais complicado. O nosso segmento de mercado decresceu drasticamente. Mas o que a gente está fazendo é uma mostra de que com inovação e boa gestão é possível mudar esse panorama. Passamos de zero para mais ou menos R$ 15 milhões em faturamento. A gente quer passar disso para pelo menos R$ 300 milhões até 2020.
Gabriel – Para quem está acostumado a crescer 100%, 200% ao ano, até é um pouco desanimador. Mas sem dúvida é uma taxa acima da média nacional. Nem tudo é mar de rosas. Do ano passado para cá, a empresa fez um esforço de eficiência. Reduzimos custos de matéria-prima e despesas. A equipe passou de 60 para 45. Ao mesmo tempo, tivemos que aumentar o resultado. Foi um trabalho que exigiu muito esforço e criatividade. A gente superou as metas financeiras determinadas.

DC – Vocês foram selecionados com a maior nota de entrada na Endeavor (entidade internacional que apoia o empreendedorismo). Como foi passar pelo processo e a recompensa de serem aceitos?

Rafael – O processo foi bem criterioso. A seleção durou mais de um ano. Fizemos várias reuniões com grandes empresários, fundos de investimentos e bancos para que eles avaliassem a empresa e a gente como empreendedores.
Gabriel – Eles avaliam a capacidade que o empreendedor tem de realizar o sonho que se propõe a alcançar. Você está preparado para chegar lá? O teu plano é consistente? Você tem os valores necessários para conseguir?

DC – E qual sonho vocês colocaram na mesa?

Rafael – Nosso sonho é ser um agente de transformação da sociedade através da evolução da indústria brasileira. Em expectativa financeira, nosso sonho é chegar em um faturamento de R$ 1 bilhão até 2024, com Ebitda acima de 15%. Ter uma empresa lucrativa e sólida, com boa gestão de pessoas. Chegar a ser uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil. A gente quer também exportar e ser referência mundial em tecnologia.

DC – Como vocês aplicam os valores no dia a dia?

Gabriel – A gente criou um programa chamado Welle Day. A cada três meses, a gente traz pessoas de fora com palestras que estimulam a positividade. Que estimulem esta visão de você não olhar para baixo e nem para trás. A gente sempre traz mentores de fora, muitos da Endeavor. Eu também atuo bastante nessa área nas palestras que aplico. O Rafael trabalha nas questões financeiras, voltadas também para aonde a gente quer chegar.Uma outra coisa que a gente criou dentro de um setor e agora está expandindo para a empresa inteira é o programa Jedi. A gente trabalha muito com luz, com laser, então criamos o “Jovem de Espírito Desenvolvedor de Inovação.” Esse programa, que o Rafael criou, lista várias etapas de metas que, se alcançadas, concedem prêmios. Damos nomeações como Aprendiz, Padawan, Jedi, Mestre Jedi, Mestre Yoda.
Rafael – E o nível final é o Chuck Norris. Aí o cara ganha uma viagem internacional.

DC – Na gestão de pessoas, que modelo vocês tentaram implantar dentro da empresa?

Rafael – Nós não conseguimos fazer um modelo totalmente vertical nem totalmente horizontal. Ele é um meio termo. Não é tão drástico como uma Google e nem tão rígido como uma WEG, por exemplo. A gente acredita que esse modelo preza bastante pela disciplina, pelo comprometimento e pela meritocracia.

DC – Vocês têm quantos cliente no Brasil hoje e vendem para quantos países?

Rafael – O processo interno está mais consolidado porque o processo de internacionalização acabou de acontecer. Mas no Brasil nós temos mais ou menos umas 300 máquinas em funcionamento no mercado.
A gente tem hoje um banco de clientes de cerca de cinco mil pessoas. Na exportação, temos máquinas no México, Suíça e estamos tentando expandir.
Gabriel – Mas já temos uma rede de 19 representantes, desde a Rússia até a Itália, então acho que nos próximos anos teremos um boom.
Rafael – O nosso plano para frente é crescer bem mais rápido. A gente passou de sete clientes em 2011 para 350 agora. Tenho que ressaltar que a gente não é uma empresa de grande volume e baixa margem. Nosso modelo de negócio é vender máquinas com valor agregado, com alta tecnologia e com o preço um pouco mais elevado. Dá para ver pela evolução do faturamento da empresa. Nós já somos líderes na América do Sul e queremos ser um dos líderes mundiais.

DC – Vocês abriram um escritório na Suíça há um mês. As vendas para o mercado externo representam hoje quanto do faturamento?

Rafael – Faz pouco tempo, então ainda não é representativo. Mas já vendemos máquinas lá. Esse percentual tende a crescer bastante porque a Europa representa 30% do mercado mundial.
Gabriel – Lá temos os mesmos concorrentes que aqui. Então, já temos produtos para competir internacionalmente. Garantimos tecnologias superiores às que estão no mercado mundial. Vamos chegar lá muito bem calçados.
Rafael – Além da tecnologia, nós nos preocupamos com a questão de liderança e gestão. Por isso, contratamos o ex-CEO global da ThyssenKrupp (empresa líder no segmento de elevadores, escadas e esteiras rolantes) Henry Goffaux para tocar nossa operação na Europa.

DC – Um outro concorrente de vocês é a resistência à mudança. Ter que mudar todo um processo dentro da indústria. Vocês esbarram nisso?

Rafael – A gente tem um discurso e uma apresentação para cada setor dos nossos clientes. Mas uma coisa comum entre todas é que a nossa tecnologia reduz custos. Então esse é um apelo interessante, principalmente em época de crise. Ele deixa de usar tinta, etiqueta, ácido. Com o laser ele só gasta energia elétrica para ter um acabamento melhor e mais rápido.

DC – Vocês eram uma das poucas indústrias dentro de Florianópolis. Produziam com uma limitação de espaço no ParqTec Alfa. Decidiram mudar para Palhoça, mas não para fora de Santa Catarina. Por quê?

Rafael – Santa Catarina nos favorece em vários aspectos. Nós temos escritório comercial em São Paulo. Mas não abrimos mão da qualidade de vida, de mão de obra, a situação de estar no meio da Região Sul. A gente acredita que está estrategicamente bem posicionado. Além de termos acesso a boas universidades. Tem muita gente que conduz a empresa pensando só na pessoa jurídica. Mas nós temos que lembrar que, por trás do que é a empresa, estão as pessoas. E elas precisam estar equilibradas. Esse equilíbrio vem de você poder fazer um esporte, gastar menos tempo no trânsito, estar mais com a sua família.

DC –  Como será a sede que vocês irão construir?

Rafael – A gente está quadruplicando o tamanho que tinha no Parque Tecnológico Alfa, no Celta. As máquinas de corte, que são equipamentos de 10 a 12 toneladas, demandam área maior. Em 2016, a gente pretende, com a nova planta, ter pelo menos duas vezes e meio o que a gente tem hoje aqui, cerca de 1,5 mil metros quadrados. E aí, para 2020, temos também mais uma projeção de crescimento. A nova área provavelmente fica pronta em 2017.

Fonte: Diário Catarinense, Thiago Santaella.

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